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O MOMENTO É DE RESILIÊNCIA NOS NEGÓCIOS

01/04/2020

Por: Charles Krieck
Os executivos brasileiros estão enfrentando, neste início de ano, diversos desafios. A economia indica sinais de recuperação, os empresários querem produzir mais e há investidores interessados no mercado nacional. O cenário é favorável ao desenvolvimento, mas, ainda assim, continua sendo complexo. Essa complexidade fica ainda maior com recentes instabilidades e a dificuldade de prever os seus reflexos na economia e mercados locais e globais.

Para entender melhor o ambiente de negócios brasileiro, a KPMG anunciou na sua última edição os resultados da pesquisa "CEO Outlook", conduzida a partir de entrevistas com 50 CEOs de empresas de diferentes setores, todas sediadas no Brasil. Na América do Sul, 235 CEOs de oito países foram entrevistados e, em termos globais, 2.535 executivos de 63 países participaram. Essa pesquisa não considera os recentes desenvolvimentos citados acima.

A maioria dos CEOs brasileiros disse acreditar no crescimento das suas empresas, com 88% declarando-se muito confiantes ou confiantes que isso ocorra até 2021. Entre os CEOs globais, o índice é de 94% e, na América do Sul, 90% têm a mesma opinião.

O que há de novo é a forte consciência das lideranças sobre a necessidade de uma nova postura perante uma pressão cada vez mais impositiva por respostas que atendam às atuais demandas. A resposta está na resiliência. É com este recurso que os CEOs se tornam cada vez mais capacitados às adaptações que o mundo corporativo exige.

A maior parte dos executivos também está trabalhando para que os líderes das suas companhias também sejam agentes resilientes -- 80% no Brasil, 72% na América do Sul e 84% no global.

A base de uma empresa resiliente está em alianças estratégicas, segurança cibernética, aplicação de capital em novas tecnologias e em mão de obra qualificada, conclusão ratificada com o fato de que, para 32% dos CEOs no Brasil, a habilidade de adaptação deve ser prioridade do líder resiliente.

Os executivos do Brasil também estão mais alinhados aos países de economia consolidada em matéria de causar disrupção. Em âmbito global, 71% dos CEOs acreditam que o crescimento dos negócios está apoiado na habilidade de desafiar e romper com normas do mercado, índice que é de 68% no caso dos brasileiros e de 62% para os sul-americanos.

Os CEOs brasileiros estão ainda atentos às novas estratégias, com 76% dos entrevistados afirmando que suas empresas causam disrupção nos mercados em que atuam. Quase todos os líderes (95%) apostam na disrupção tecnológica como oportunidade, e não ameaça.

Para enfrentarem as adversidades, os riscos e as mudanças tecnológicas, os CEOs sabem que é necessário valorizar o capital humano, investir em educação continuada, promover a disrupção e manterem-se em sintonia com as necessidades dos consumidores.

Uma estratégia sólida de segurança digital também foi apontada como fundamental na construção de uma relação de confiança com os públicos de interesse, com 50% dos CEOs no Brasil pensando assim. Além disso, 68% deles acreditam que estão bem preparados para um futuro ataque cibernético, 62% dos brasileiros disseram que aplicarão mais capital na compra de novas tecnologias e 38% devem priorizar investimentos na força de trabalho.

Os brasileiros também se destacaram na visão que têm sobre o relacionamento das empresas com os valores de clientes, com 70% acreditando serem responsáveis por garantir que as políticas ambientais, sociais e de governança das suas companhias estejam em sintonia com o que os clientes acreditam.

Sobre as bases de crescimento no longo prazo, 42% dos CEOs brasileiros acreditam que devem olhar além dos aspectos financeiros, índice que é de 55% para os CEOs globais e de 29% para os entrevistados da América do Sul.

Voltando ao atual complexo cenário brasileiro de negócios, os CEOs sabem que, em tempos de drásticas mudanças, adotar uma posição fechada sobre o futuro das companhias conduziria ao fracasso. Por outro lado, assumir uma postura resiliente será cada vez mais determinante para mitigar riscos, identificar oportunidades e gerar negócios.
Fonte: Administradores

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